terça-feira, 6 de dezembro de 2016

[SONHOS] - O homem do cavalo branco



As vezes temos sonhos que nos perseguem. Passam-se dias e voltamos a sonhar com ele novamente, e se não bastasse, parece que criamos uma continuação para ele em nossas cabeças sem querer. Será que querem nos dizer algo? Será que são mensagens do além ou premonições? Alguém quer comunicar-se conosco? Somos escolhidos para algo? Não sei. Mas leia o sonho a seguir.


Já era de tardezinha e eu estava em uma corrida de quadriciclos com meus parentes. E estávamos indo por uma estrada de terra, sem rumo certo, com vários desníveis na pista, quando de repente um dos nossos quadriciclos capotou. Então paramos e acampamos em uma clareira no meio de uma mata a uns cinquenta metros da estrada em que corríamos para passar a noite e consertar o veiculo.

Fizemos uma fogueira e estávamos todos em volta dela, porem, eu estava sentado em um tronco no chão de costas para as cabanas de um lado da fogueira, e meus parentes estavam do outro lado da fogueira em outro tronco, todos conversando e sorrindo. Eu estava comendo queijo derretido no espeto, já que moro no Brasil e não conheço marshmellows. Foi então que olhei para o meio da mata...

A lua estava cheia e a mata estava clara. Eu via claramente as sombras das arvores e a pouca luz no meio delas. Foi quando olhei para um pequeno monte que havia perto de nos e me espantei com o que vi. Um homem todo vestido de um branco fantasmagórico meio cinza reluzente, com vestimentas militares antigas como um coronel, olhos brancos, pele branca, montado em um cavalo branco de olhos brancos. Ele olhava para mim e apontava o dedo e eu não tinha reação, apenas o pavor. Quando ele apontava o dedo em minha direção saia um som sinistro como se fossem gritos de soprano com um fundo de piano assombroso. Eu me tremia da cabeça aos pés e não saia voz para avisar aos meus parentes. Fiquei paralisado de pavor, enquanto meus parentes riam entre si. Coberto pelo assombro do sonho, eu acordei.

Não contei para ninguém o que havia sonhado e meus tios sempre diziam que quando se conta um sonho, não sonhamos mais. Mas eu não liguei para o que ele disse.

Então alguns dias depois do macabro sonho, em uma noite como outra qualquer, deitei-me para dormir, e quando o abraço do sono que envolveu, voltei a mesma pista de terra, correndo de quadriciclo com minha família. Senti então, no sonho, o sentimento de diversão, mas percebi que aquele momento que estávamos era um momento apos a noite assombrosa, porem estava tudo bem e nem sinal da entidade pavorosa. Foi quando ouvi galopes e resolvi olhar para o lado...

... e me deparei com o cavaleiro branco e seu cavalo branco galopando ao meu lado, ele olhava para mim e apontava o dedo, enquanto seu cavalo relinchava com um som sinistro e de sua boca fantasmagórica ouvia-se o mesmo som soprano com fundo de piano. Meu coração acelerou e minhas mãos suaram, minha voz calou-se e meus parentes estavam muito a frente e não puderam presenciar o que meus olhos não queriam ver. Senti meu coração gelado e antes que a mão do cavaleiro pudesse me tocar eu acordei ofegante.

No dia seguinte a noite do sonho horripilante, contei ao meu tio que se admirou e apenas sorriu. Me contou alguns de seus sonhos horríveis também, mas não me disse nada além disso.

Depois disso eu nunca mais tive aquele sonho, ou melhor, pesadelo.

E você? O homem do cavalo branco tem visitado seus sonhos?


Nenhum comentário:

Postar um comentário